
Estudantes de Engenharia de Produção desenvolvem boliche para pessoas sem mobilidade e projeto é replicado pela Flex, em Jaguariúna
Um projeto desenvolvido para uma disciplina da faculdade e que virou realidade em uma empresa. Essa foi a experiência vivida por Nathan Expedito Sotero, Guilherme Chaves, Luís Gomes e Marcus Vinicius, estudantes do 9º semestre de Engenharia de Produção do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ). O projeto criou um boliche para pessoas sem mobilidade nos membros inferiores e foi replicado na Flex, multinacional que oferece serviços de manufatura, gestão de cadeia de suprimentos, produção e distribuição de produtos eletroeletrônicos para diversas marcas em Jaguariúna.
O projeto foi desenvolvido pelo grupo de alunos na disciplina de Desenvolvimento de Produto e Design Universal e apresentado na edição do ano passado do TechDay, evento da UniFAJ que reúne os projetos desenvolvidos pelos alunos dos cursos de Engenharia e Ciências da Computação ao longo do semestre.
“Essa é uma disciplina que propõe o desenvolvimento de produtos que atendam toda a população, desde o bebê até o idoso, incluindo pessoas com deficiências (PCDs). Dentro da matéria existe o projeto chamado ‘Despertando Sentidos’, cuja temática é atender uma demanda da comunidade”, explica o professor do curso de Engenharia de Produção da UniFAJ, Geraldo Delgado.
No semestre em questão o tema abordado foi um museu itinerante de equipamentos de reabilitação para crianças, oferecendo a possibilidade de praticarem fisioterapia enquanto brincam. Os jogos foram desenvolvidos em mesas padrões para poderem ser transportados a diversos lugares.
“Os alunos passam a ter uma maior sensibilização e um olhar para o outro, com o entendimento do próximo e suas deficiências. Nosso objetivo é que eles consigam olhar e entender a dor e a demanda que precisa ser atendida, com uma análise de necessidades, explorando os sistemas envolvidos e gerando soluções alternativas de forma criativa e, assim, criar um protótipo viável para que eles também possam empreender”, ressalta o professor.
O boliche
A ideia do projeto apresentado pelos estudantes surgiu após uma discussão de ideias. “Recebemos a missão de desenvolver um projeto com a temática de ser inclusivo para alguma deficiência e nós chegamos a essa ideia, que também seria viável dentro do prazo estimado para o projeto”, explica Nathan Sotero.
A intenção dos alunos foi desenvolver um produto que levasse aos usuários uma diversão diferente à qual normalmente eles não têm acesso. Sotero é colaborador na Flex e, ao compartilhar o projeto na empresa, fez com que ele se transformasse em realidade. “A Flex se interessou pelo projeto e acabamos o replicando na empresa”, comemora.
Mais do que desenvolver novos produtos que atendam diferentes necessidades, o objetivo do curso de Engenharia de Produção da UniFAJ é formar um engenheiro que tenha não somente um olhar técnico, mas também que seja um profissional criativo. “Que ele exerça um papel colaborativo e que consiga desenvolver um olhar mais apurado e mais sensível no sentido de saber que a Engenharia de Produção não é somente a otimização de processos, mas que eles precisam ser desenvolvidos com um olhar mais inclusivo e empático para aqueles que precisam”, diz o professor. “A gente forma um líder, um empreendedor, um inovador, habilidades emocionais que também são pertinentes à capacitação de um bom profissional”.