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Dos balanços à sustentabilidade: o novo papel do contador

Dos balanços à sustentabilidade: o novo papel do contador

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Profissionais de Ciências Contábeis assumem um posicionamento estratégico na mensuração, transparência e credibilidade das práticas sustentáveis nas organizações

Desde 2024, mais de 90% das maiores empresas do mundo já publicam relatórios de sustentabilidade. O dado, divulgado pela KPMG Auditores Independentes, revela uma mudança significativa: indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG) deixaram de ser um diferencial e se tornaram exigência de mercado. Nesse novo cenário, o contador, até então visto como o responsável por números, balanços e obrigações fiscais, assume uma função estratégica. 

“O contador no século XXI vai além de um profissional que apenas fica imerso em relatórios: ele se transformou em um guardião da empresa que cuida e atua nas pautas ESG, além de ser um consultor estratégico, principalmente nas questões de compliance e sustentabilidade”, explica o gestor do curso de Ciências Contábeis do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), professor Anderson de Barros.

Agora, é o contador quem organiza e valida informações que vão muito além das finanças: métricas de carbono, políticas de diversidade, práticas de governança e análises de risco socioambiental. Uma transformação que o coloca no centro das decisões que moldam não só a saúde econômica, mas também a reputação e a longevidade das empresas. 

“O contador deixa de ser apenas uma posição passiva e analítica e incorpora em sua rotina uma parte importante para criar vantagem competitiva às organizações e transformar, por meio de seu trabalho nas empresas, uma sociedade mais justa e transparente”.

Um exemplo dessa nova atuação é a implementação das normas internacionais IFRS S1 e S2, que determinam a divulgação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade e ao clima. “Em uma indústria de alimentos, por exemplo, o contador precisa ir além dos custos de produção: ele mede emissões de carbono, avalia o uso de água, identifica riscos e oportunidades ligados à transição para uma economia de baixo carbono e garante que esses dados sejam reportados com rigor, evitando o greenwashing e reforçando a confiança de investidores e consumidores”, reforça o gestor. 

Novas oportunidades de atuação

O avanço das práticas ESG abriu novas frentes de atuação para os profissionais de Ciências Contábeis. Além do trabalho interno nas empresas, cresce a demanda por consultorias especializadas em sustentabilidade corporativa, capazes de orientar estratégias alinhadas a padrões internacionais. 

Outra oportunidade está na criação e monitoramento de indicadores-chave de desempenho (KPIs) voltados à melhoria contínua das práticas socioambientais. “Há ainda espaço para atuação no apoio a organizações que buscam acesso a linhas de crédito verdes e incentivos fiscais destinados a projetos sustentáveis, benefícios que exigem comprovação técnica e dados confiáveis”, afirma Barros.

Para aproveitar esse cenário, o contador precisa ir além da formação tradicional e desenvolver competências específicas. Fluência em normas globais de reporte ESG, como GRI e IFRS Sustainability, é cada vez mais valorizada. “Além da importância do domínio das métricas ambientais, soma-se a isso a habilidade de utilizar ferramentas digitais para coletar, integrar e analisar dados sustentáveis, transformando-os em relatórios claros, comparáveis e úteis para decisões estratégicas”.

Capacitação 

Com as empresas cada vez mais pressionadas a adotar práticas sustentáveis e a reportar de forma transparente seus indicadores ESG, os futuros profissionais de Ciências Contábeis devem estar capacitados e atualizados para mensurar impactos socioambientais. 

Na UniFAJ, essa a capacitação dessa demanda é incorporada desde o início do curso de Ciências Contábeis. Além de integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em todas as disciplinas, a instituição oferece o componente exclusivo de Gestão Ambiental, Social e Governança, ministrado pela professora Mariana Munis de Farias no início do curso. “Esse é um diferencial que coloca o curso na vanguarda da formação contábil com foco em ESG”, ressalta Mariana. 

Complementam essa preparação disciplinas como Ética, Responsabilidade Social e Meio Ambiente (que explora fundamentos éticos e práticas de responsabilidade socioambiental nas organizações), Teoria Contábil e Ética Profissional (que reforça princípios éticos aplicados ao exercício da profissão contábil) e Direitos Humanos (que amplia a visão social e cidadã, alinhada às dimensões “S” e “G” do ESG), além de Projetos Integradores e Atividades de Extensão que conectam o aluno a desafios reais de empresas e comunidades.

“O futuro contador formado pela UniFAJ sai preparado para muito mais do que analisar números: ele é um profissional capaz de unir conhecimento técnico, ética e visão socioambiental para impulsionar mudanças concretas dentro e fora das organizações”, reforça a docente.

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