
Com o aumento dos eventos climáticos extremos, engenheiros civis assumem papel central na criação de infraestruturas mais seguras e sustentáveis
Com a intensificação e frequência cada vez maior dos eventos climáticos extremos, a profissão de engenheiro civil passa por uma transformação profunda e urgente. Isso porque o papel desse profissional não se restringe mais apenas a construir: é preciso reconstruir, adaptar e prevenir para garantir a segurança e a funcionalidade das cidades.
As enchentes no Rio Grande do Sul, em abril e maio de 2024, foram classificadas como a maior catástrofe climática da história do estado. Cidades registraram entre 300 mm e 700 mm de chuva em poucos dias, atingindo mais de 60% do território estadual. Houve 183 mortes, cerca de 2,4 milhões de pessoas afetadas e 442 mil desalojadas.
No início desse ano, a região do Vale do Aço (MG) enfrentou fortes chuvas entre 12 e 13 de janeiro, resultando em ao menos 12 mortes confirmadas por deslizamentos, além de dezenas de desabrigados.
Dados do Banco Mundial apontam que perdas econômicas causadas por desastres naturais aumentaram significativamente nas últimas décadas, tornando imprescindível o investimento em engenharia adaptada ao clima. O engenheiro civil, portanto, torna-se protagonista na construção de um futuro urbano mais seguro.
Segundo o gestor do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), professor Silvio Cavallari, essa nova demanda se traduz na necessidade de projetar pontes, estradas, moradias e sistemas de drenagem capazes de resistir a tempestades severas, enchentes e outras consequências das mudanças climáticas. “Infraestruturas resilientes e sustentáveis são fundamentais para minimizar riscos, preservar vidas e reduzir prejuízos econômicos e ambientais”, ressalta.
Capacitação
O curso de Engenharia Civil da UniFAJ destaca-se justamente por sua programação alinhada a essa nova realidade. O programa pedagógico desenvolve competências em análise de risco, sustentabilidade urbana, gestão de crises e planejamento territorial inteligente.
“Projetos como sistemas de captação e reaproveitamento de água da chuva, pavimentos permeáveis para drenagem urbana e barreiras naturais com geossintéticos para contenção de encostas em áreas de risco são exemplos práticos do compromisso da UniFAJ com a engenharia sustentável e inovadora”, declara Cavallari.
Para isso, os alunos têm acesso a laboratórios modernos, como o Laboratório de Materiais e Solos, onde experimentam o comportamento estrutural em condições extremas, além de participarem de projetos reais que unem conhecimento técnico e impacto socioambiental.
Os novos engenheiros civis não apenas projetam e constroem, mas pensam estrategicamente em soluções urbanas resilientes que vão além da obra. ‘Ele entende sua função como agente de transformação social e ambiental, contribuindo para cidades mais preparadas para os desafios do clima e mais humanas para seus habitantes”.