
Você sabia que biomédicos também estão por trás de investigações criminais, analisando provas e ajudando a solucionar casos complexos?
Quando pensamos em perícia criminal, muitos imaginam apenas detetives ou peritos da polícia, como nos seriados de TV. Mas, na vida real, há um time silencioso e altamente qualificado que atua longe das cenas de ação: os biomédicos forenses. Em laboratórios especializados, eles analisam amostras de DNA, detectam toxinas, examinam fluidos corporais e aplicam métodos científicos para transformar pistas em evidências sólidas.
De acordo com a gestora do curso de Biomedicina do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ), Dra. Viviane Ferre de Souza Rodrigues, o biomédico forense precisa unir conhecimento técnico aprofundado — que envolve áreas como DNA, toxicologia, histologia e até entomologia forense — a habilidades comportamentais. “Além do domínio das técnicas, é essencial ter comunicação clara, análise crítica, ética e resiliência para lidar com situações de alta pressão”, destaca.
O cenário global da biomedicina forense tem mostrado um setor em forte expansão. De acordo com artigo publicado na Business Research Insights, o mercado de produtos e serviços forenses deve crescer de aproximadamente US$ 15,5 bilhões em 2024 para US$ 26,6 bilhões até 2033, com uma taxa anual de 6,2%.
A análise de DNA continua no centro dessa transformação, acompanhada por avanços em tecnologias como PCR, sequenciamento de nova geração (NGS), automação laboratorial e análise rápida de perfil genético.
Regionalmente, enquanto América do Norte e Europa concentram 70% do mercado global, a Ásia-Pacífico desponta com forte aceleração em investimentos e adoção tecnológica. No Brasil, o destaque vai para a contribuição à base I-Família da Interpol: foram inseridos 18.832 perfis de DNA em 2024 — um salto de 51% em relação ao ano anterior — sinalizando um avanço relevante na genética forense nacional.
Formação de especialistas
Essa demanda por mais profissionais de biomedicina forense, que inclusive podem atuar em parceria com órgãos como a Polícia Civil, Polícia Federal e o Ministério Público, desperta o interesse de jovens que buscam uma carreira dinâmica, com impacto social e a oportunidade de contribuir diretamente para a justiça.
Na UniFAJ, quem deseja seguir por esse caminho encontra uma formação que vai além da teoria. O curso de Biomedicina coloca o aluno em contato direto com a área forense por meio de visitas técnicas à Institutos de criminalística, palestras com peritos criminais, simulações de cenas de crime reais, minicursos com imersão em técnicas de identificação forense e simulados de provas de concurso na área
“Nosso curso oferece uma base sólida nas ciências biológicas, químicas e biomédicas, além de conteúdos voltados à área forense. As vivências práticas ajudam a desenvolver competências técnicas e soft skills essenciais para o mercado. É uma área em crescimento, mas bastante competitiva, na qual a especialização e o domínio de novas tecnologias fazem toda a diferença”, explica a gestora.
Mais do que desvendar mistérios, o biomédico forense atua para que a ciência fale mais alto e a verdade venha à tona. E dessa maneira transforma, de certa maneira, a ficção dos seriados em realidade.